segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A HIERARQUIA DA IGREJA



O termo hierarquia pode ser definido como a graduação do poder entre as diversas e distintas partes ou qualquer classificação que tenha como base as relações entre um superior e seu súdito. Deste modo, a Constituição Dogmática Lumen Gentium, no Capítulo III, apresenta o mistério hierárquica presente no seio da Igreja Católica.
Partindo de Cristo Cabeça da Igreja que é seu corpo, e que enviou os Apóstolos, assim como outrora fora enviado pelo Pai. O mesmo Cristo que revestiu os seus ministros de poder sagrado, afim de que fossem pastores da Sua grei até a parusia. Colocou Pedro a frente dos Apóstolos e nele instituiu o princípio fundamental perpétuo e visível da unidade de fé e comunhão.
Faremos aqui uma analogia sobre a hierarquia para melhor entendermos sua funcionalidade. Quando se ouve falar de hierarquia logo vem à mente as divisões presente nas forças armadas e as suas diferentes e distintas ordenações e patentes. Tanto no Exército, quanto na Marinha e na Aeronáutica existem diversos postos de graduações que os distingue: Almirante, Marechal-do-ar, General-de-exército, Almirante-de-esquadra, Tenente-brigadeiro; General-de-divisão, Vice-almirante, Major-brigadeiro, sargento, cabo, soldado e recruta. No brasil, a constituição prevê que o Presidente da República exerça o comando supremo das Forças Armadas.
Entretanto, não é o objetivo aqui falar de uma hierarquia meramente militar, ma sim eclesiástica - deixada por Jesus aos Apóstolos. Mas, uma pode contribuir com a outra, ou seja, se usada analogicamente. Primeiro é necessário distinguir: hierarquia militar da eclesiástica. A hierarquia militar é à base da organização das Forças Armadas que compõe a cadeia de comando a ser seguida por todos os integrantes das forças em sua estrutura organizacional, do qual o presidente exerce poder supremo. A hierarquia eclesiástica, por sua vez, usa o termo para referir-se aos membros da Igreja Católica que desempenham a função de governar na fé e guiar nas questões morais e de vida cristã dos fiéis católicos, do qual o Papa é o chefe supremo da Igreja visível.
A Igreja Católica possui uma estrutura hierarquizada porque Cristo instituiu-a para "apascentar o povo de Deus em seu nome, e para isso lhe deu autoridade”. O Senhor Jesus chamou os doze Apóstolos e os constituiu sob a forma de Colégio, de grupo estável, cuja presidência entregou a Pedro. A missão desses doze é a de anunciar e deconduzir o povo. Assim, Cristo os enviou para que, com o poder a eles confiados, fizessem de todos os povos discípulos seus.
Os bispos, sucessores dos Apóstolos, por sua vez, são os principais responsáveis por manter a fé genuína deixada por Cristo. Pois, aquela missão divina, confiada por Cristo aos Apóstolos deve permanecer até o fim dois séculos, quando Cristo vier em Sua Glória. Entretanto, a ação pastoral dos bispos não é individual, pois estão inseridos num corpo do qual existe uma cabeça.
No intento de que o Episcopado continuasse unido, Cristo estabeleceu um dentre os doze –Pedro – para estar à frente dessa missão, do qual representa o fundamento perpétuo da sucessão Apostólica. Entende-se, então, que na Igreja existe um poder capital: representado pelo Colégio Episcopal e liderado por Pedro nas pessoas de seus sucessores, os Romanos Pontífices. Esse poder não é para oprimir, pelo contrário, seu papel primordial é o de servir.
É através da Pessoa dos bispos, auxiliados pelos presbíteros, que Cristo, Pontífice Supremo, se faz presente no meio dos fieis. Por meio do seu ministério, Cristo continua a pregar a Palavra de Deus, administrando continuamente os sacramentos da fé e dirigindo e orientando seu povo.
Portanto, pela consagração Episcopal, é conferida a plenitude do sacramento da ordem e, ao mesmo tempo, é conferido os três múnus que lhe são próprios por excelência, mas que, por sua natureza mesma, não podem exercer-se senão em comunhão com o Papa e com os membros do Colégio.
Por disposição do Senhor, o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os bispos, sucessores dos apóstolos, estão unidos entre si pelos vínculos de unidade, de caridade e de paz. O Colégio ou o corpo Episcopal não tem autoridade nenhuma se não está em unidade com o Papa. Isso tudo é fruto de um trabalho árduo em contraposição a heresias que surgiram no decorrer da história, que queria diminuir o poder temporal do Papa, como  o conciliarismo galicanismo.
Nos Concílios Vaticano (I e II) foi confirmado que o Papa tem o poder pleno e universal sobre toda a Igreja. O poder que o Papa possui é de caráter capital: PLENO, SUPREMO E UNIVERSAL. Porém, os bispos, em comunhão com o Papa, exercem este poder supremo, mas nunca podendo realizar se não estiver em comunhão com o Sumo Pontífice.
Como já elencado acima, o Papa é o sucessor de Pedro, e o princípio e o fundamento perpétuo e visível da unidade, quer dos bispos, quer da multidão dos fieis. Já o bispo é o princípio e o fundamento visível da unidade na sua Igreja particular, formada à imagem da Igreja universal; a partir das quais resulta a Igreja católica una e única. Por isso, cada bispo representa a sua Igreja, na sua própria diocese. Além disso, cada um governando bem a sua própria Igreja, porção da Igreja universal, que contribui eficazmente para o bem de todo o corpo místico de Cristo.
Dentre os deveres principais dos bispos, sobressai à pregação do Evangelho. Quando ensina, em comunhão com o Papa, os bispos têm de ser considerado por todos, com veneração, como testemunha da verdade divina. Também é revestido da plenitude do sacramento da ordem, ou seja, é o administrador da graça do sumo sacerdócio, especialmente na Eucaristia que ele mesmo oferece ou manda oferecer, e pelo qual a Igreja vive e cresce continuamente. E, por fim, regem como vigários e legados de Cristo nas Igrejas particulares a eles confiadas.
Os presbíteros, por sua vez, ainda que não tenha a plenitude do sacerdócio e dependam dos bispos no exercício dos seus poderes, estão unidos na dignidade sacerdotal comum e, pelo sacramento da ordem, são consagrados para pregar o Evangelho, apascentar os fiéis e celebrar o culto divino, como verdadeiro sacerdote do Novo Testamento. Assim, o ministério eclesiástico divinamente instituído, é exercido em diversas ordens pelos que desde a antiguidade são chamados Bispos, Presbíteros e Diáconos.
Os Diáconos recebem a imposição das mãos não para o sacerdócio ordenado, mas para o ministério do serviço. Devem, portanto, servir o povo de Deus no serviço da liturgia, do cuidado dos doentes, da palavra e da caridade, em comunhão com o bispo e o seu presbitério. Cabe ainda a eles: administrar o batismo, conservar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar em nome da Igreja aos matrimônios, levar o viático aos moribundos, ler a Sagrada Escritura aos fiéis, etc.
Contemplando este mundo de submissão, de poder, “de divisão”, pode-se questionar sobre a índole hierarquia da Igreja Católica. Para os mais céticos, essa dimensão hierárquica não passa de um poder medieval, opressor, que tende a se fixar em seus dogmas ultrapassados. Muitas vezes a Igreja é acusada até mesmo de ser intolerante e rígida. Será que por traz do seu esquema de subordinação não se esconde certas imposições como no militarismo? Como entender um poder hierárquico que não gere uma opressão ou, até mesmo, não gere divisão entre seus membros?
Enfim, o Senhor colocou Simão como pedra da Igreja e o constituiu pastor de todo Seu rebanho. Os bispos, por instituição divina, são sucessores dos Apóstolos, e junto com o Sumo Pontífice, a pedra de unidade e comunhão, são pastores da Igreja. Estes são pastores com o múnus de atuarem como mestres da doutrina, sacerdote do culto sagrado, e principalmente são os grandes responsáveis por guardar a fé genuína Católica.

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