quinta-feira, 31 de maio de 2012

Três casos de Vocação


Parte I: Lançar-se


“Enquanto estavam andando, alguém disse a Jesus no caminho: Eu te seguirei para onde quer que vás.” (Lc 9,57)
Amados irmãos e irmãs, que a alegria do Senhor Ressuscitado esteja em seus corações!
Gostaria de convidá-los no dia de hoje a meditarmos sobre um trecho do Evangelho de São Lucas bastante intrigante, que está  no capítulo 9, versículos de 57 a 60, intitulado pela traduçao da Ave Maria de “Três casos de vocação”. O evangelista nos apresenta neste texto três posturas diferentes de pessoas que desejam seguir a Jesus, sendo que para cada uma delas o Senhor dá respostas diferentes.
O primeiro caso refere-se ao versículo transcrito no início,  nesta situação, a pessoa sente-se chamada quando encontra Jesus pelo caminho. Poderíamos pensar que é o caso de pessoas que encontram Jesus já numa caminhada na Igreja, ou seja, vivem uma vida de doação na Igreja, mas não por conta de um encontro pessoal com o Senhor. Este encontro acontece “no caminho” e o primeiro impulso é o de seguir ao Senhor onde quer que Ele vá. A estas pessoas, Jesus adverte que Seu caminho é incerto, não há confortos, nem regalias:
“As raposas tem tocas e os pássaros do céu, ninhos; o Filho do Homem, porém, não tem onde recostar a cabeça.” (Lc 9,58)
Tanto nesta como em outras passagens do Evangelho, o Senhor convida os discípulos ao abandono de si mesmo, à doação, à renúncia, à cruz. Pode parecer meio duro e difícil… e é! No entanto, não podemos esquecer que Nosso Senhor não ficou na cruz, Ele ressuscitou e tudo o que parecia noite e trevas foi iluminado e transfigurado!
Portanto, seguir ao Senhor, para você que já se encontrava no caminho, pode parecer algo radical e muito difícil, mas se o Senhor te pede mais, então porque não se lançar? Que possamos a cada dia como esta pessoa do Evangelho dizer ao Senhor: “eu te seguirei para onde quer que vás” e andar junto com o Senhor, pois o que é a nossa vida senão um caminho rumo ao céu?!
Num próximo momento refletiremos sobre os outros casos de vocação. Por hoje fiquemos com este e rezemos por todas aquelas pessoas que estão na Igreja, mas que ainda não tiveram um encontro pessoal com o Senhor; rezemos também por nós que ainda não conseguimos dizer ao Senhor: “te seguirei para onde quer que vás”!”


quarta-feira, 30 de maio de 2012


Donde veio a vocação?

Não há um fator determinante sobre a origem da vocação. Sabemos que a família, a paróquia, a escola e o ambiente influem na origem da vocação. Mas há uma experiência de Deus muito particular, que faz um jovem decidir por este ou aquele caminho. Há uma opção pessoal que faz conduzir o jovem ao sacerdócio ou à vida consagrada, até mesmo em ambiente contrário.

A família está influindo sobre o despertar vocacional mais do que se imaginava antes de possuir os dados concretos na mão. A grande porcentagem (24%) declara a vocação sacerdotal ou consagrada como uma “descoberta infantil”. Não é ‘fogo de palha’, pois aumenta (26%) para os que estão na teologia, O que nos chama a atenção é o ‘abandono catequético’ das crianças até 10 anos. Deixa-se à família esta tarefa.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Vocação: história do encontro com Cristo


Quando somos convidados a refletir sobre nossa vocação e nosso compromisso com a Igreja e a sociedade. Para muitos, vocação significa inclinação, tendência, talento, qualidade inata que conduz uma pessoa para uma determinada profissão ou um determinado trabalho. Essa compreensão não ajuda muito na autêntica compreensão da vocação como ela é na dimensão religiosa. É necessário, pois, compreender a palavra vocação com maior precisão, quando se refere à dimensão religiosa.



Vocação no sentido mais preciso, como fenômeno da dimensão religiosa, não é inclinação, nem tendência, nem talento, nem propriamente dom para uma profissão. É, em primeiro lugar,decidida e simplesmente, um chamamento vindo diretamente para nós, endereçada a nós a partir de Jesus Cristo, que nos convoca para o discipulado do seguimento. Significa, portanto, que anterior a nós há um chamado, uma escolha pessoal que vem do Deus de Jesus Cristo, a quem seguimos no total empenho de discípulo. Portanto vocação é um chamado que vem do alto. Quem puder entender entenda, quem tem ouvidos ouça!

Às vezes perguntamos: Para que serve a vocação religiosa? Em sintonia com o nosso tempo, pergunta-se pela utilidade da vocação. É a primeira pergunta e também a mais superficial. Não é difícil achar “utilidades” para a vocação religiosa! Diz-se que ela não tem sentido em si, só tem sentido se favorece o engajamento em trabalhos pastorais e sociais ou se ela for suporte da vida pastoral-social como um “abastecer-se para” ou se conduzir para a união íntima com Deus. A vocação, porém, não “serve” para nada. Ela tem sentido em si, a partir de si. Ela é a história do nosso encontro com Jesus Cristo, história que nós próprios somos. É a história da presença de Jesus Cristo em nós.

Outras vezes perguntamos: Será que tenho vocação? Quem me garante que tenho vocação? Quem me garante que Deus me escolheu? Buscamos alguma certeza para nos tranqüilizar. Essas perguntas surgem porque se infiltrou na dimensão da fé uma maneira de pensar em que a experiência do anterior não é importante e deixou de ser uma evidência. Para outras experiências humanas de fundo não precisamos fazer toda essa “pesquisa”, elas já são uma evidência. Quem tem um bom relacionamento com os pais não precisa averiguar se os pais o amam... 

Vocação é a experiência de uma realidade anterior a nós, que não precisa ser averiguada. Se estamos perguntando é porque Alguém nos amou primeiro e nos chamou. Portanto não somos nós que temos vocação, é a vocação que nos tem!

Perguntamos ainda: Por que somos vocacionados? O que provocou nossa atual situação de sermos vocacionados? Vocação nesse sentido é o destino atual da nossa vida. Perguntamos, portanto, pela causa que determinou o atual estado da nossa vida. Na busca pelo motivo, surgem diversas respostas que nos deixam atrapalhados: o motivo foram nossos pais, nosso vigário, um missionário, um professor, a influência de um amigo, a ambição de nos promover, uma crise religiosa, uma visita ao seminário, o fato de termos nascido numa família tradicionalmente cristã, a leitura da biografia de um santo, o desejo de usar vestes litúrgicas tão estranhas aos nossos olhos de criança... Muitas vezes esses motivos são tão banais e acidentais que nem sequer deles nos recordamos. Buscar a causa da nossa vocação não tem sentido, pois essa busca é a tentativa de assegurar a própria situação a partir dela e não a partir da gratuidade do envio de Deus.

A vocação é uma evidência vital que aos poucos e sempre mais vai tomando conta da nossa vida como dom de Deus, que ama primeiro, e como conquista de nosso empenho de discípulos. É dom de Deus porque na existência cristã tudo, desde o início, é a história da aventura do encontro com Deus, na urgência de, em cada passo da caminhada, ter que conquistar o significado da nossa vida. Vocação é uma estrutura processual, na qual cada passo nasce do outro numa implicação de progressão que não é simplesmente evolução, mas a constituição, a criação do rumo da vida como uma “experiência originária”. 

A vocação é uma disposição que, conduzida por Deus, torna a vida “com-vocada”. É conquista do discípulo porque tudo o que acontece, os fatos mais banais podem ser a clareira que “e-voca”, ecoa a vocação vinda de Deus. Evocação que jamais é “certeza” do saber de dominação, mas que dá a disposição de ausculta, de acolhida, o ouvido atento que percebe o sentido concrescente da provocação de Deus. Por isso aquele que responde a esse chamado toma muito a sério sua situação concreta de ser um “vocacionado”
.

segunda-feira, 28 de maio de 2012




Cada vocação é original, é fruto da liberdade, é um acontecimento pessoal, único e incomunicável.Tem como finalidade primeiraa humanização da pessoa e oserviço do Reino. Quando uma pessoa se diz chamada é preciso acreditar nela. A experiência vocacional é pessoal, pode acontecer mesmo em quem não se espera.

A certeza não vem de imediato,a vocação está submetida a tentações e inquietudes. Uma pessoa pode se sentir atraída porum sistema de valores, mas isto não quer dizer que não se sinta atraído por outros valores. Existea dúvida.

A eleição é dolorosa, a escolha custa: ser padre; religioso(a); casar.Dói rejeitar aquilo que não escolhi. Não porque não é bom,mas, porque eu não escolhi.

A entrega a um valor envolve um sacrifício. SACRIFÍCIO E SEDUÇÃO.Sacrifício: deixar para trás tudo aquilo que eu não escolhi. Sedução:atração divina.

A pessoa é convidada a escutar e receber, colaborar com docilidade.Iniciar-se em Cristo é descobrí-lo, é deixar que ele nos encontre, nos agarre incondicionalmente, é recebê-lo. É um estado de permanente conversão. A pessoa é como ovelha extraviada, dracma perdida, filho fugido (Lc 15) que entrega nas mãos do Pai e se deixa encontrar qual tesouro no campo ou pérola preciosa. Vai vende tudo, renuncia sua vida e recebe um novo ser. É sair de si mesmo, distanciar-se daquilo que até agora era segurança,o bem estar, o poder, o consumo e,ao mesmo tempo, é entrega total e incondicional a Cristo.

domingo, 27 de maio de 2012

Vocação: Realidade Divino-humana



 
 
Do latim vocare (chamar), “vocação” implica um “chamado”, um “chamamento”, que envolve sempre e necessariamente, pelo menos, duas pessoas: a que chama, a que é chamada e deve responder.
 
Ao se falar de “vocação”, num contexto cristão, trata-se do chamado dirigido por Deus aos homens. Trata-se, portanto, de uma relação divino-humana, de um encontro provocado por Deus e que preenche um anseio profundo do coração humano polarizado que é para o coração de Deus.
 
Olhando o homem e a mulher, enquanto vocacionados por Deus, vamos apontar alguns elementos inerentes à vocação – seja qual for – esboçando-lhe assim a estrutura, mas apenas sob o ponto de vista de uma oferta divina a ser percebida e acolhida pelo homem, de uma proposta divina a exigir uma resposta comprometedora do homem.
 
Focalizando a vocação do lado de Deus, isto é, sob o prisma do que chama:
 
- Vocação: dom de Deus.
 
A vocação é um dom de Deus ao homem. Algo de inteiramente gratuito, que brota exclusivamente de Deus. Ele se manifesta aos homens, manifesta-lhes o seu plano de amor, seus desígnios, a sua vontade para todos e cada um. Faz-lhes um convite. Vocaciona-os. Confia-lhes uma tarefa. E age sempre livremente, pois se dirige aos homens, carentes de méritos, de força exigitiva, de crédito junto a Ele. Diante dEle somos só devedores! Ele nos amou, por primeiro, quando ainda éramos pecadores. De Deus, portanto, é o primeiro passo e sempre ao compasso de um coração livre, infinitamente sábio, magnânimo, amoroso e repleto de misericórdia.
 
- Vocação: uma proposta divina à liberdade humana.
 
            Deus, de um modo geral, não se impõe; Ele se propõe. Seu plano de amor, Sua vontade, Seu dom podem, infelizmente, não encontrar guarida no coração humano. Deus deixa ao homem a possibilidade de uma resposta, exigi-lhe mesmo uma adesão interior, comprometedora. A vocação não dispensa o homem de balbuciar um amadurecido sim, não o preserva do risco de dizer e manter um insensato não; antes, exige dele uma opção.
 
Focalizando agora do lado do homem, isto é, sob o prisma do vocacionado:
 
- Vocação: um saber ouvir e acolher da parte do homem.
 
Estar atento à voz de Deus é uma exigência vital para o homem. Escutar atentamente a Deus que se lhe manifesta e a sua vontade: na Criação; na História da Salvação; de modo pleno, total e definitivo, no Cristo, plenitude da Revelação e Consumador da obra salvífica de Deus; na Igreja, prolongamento visível de Cristo; na intimidade da consciência de cada um; nos sinais dos tempos; nas solicitações íntimas do Espírito... Escutar a Deus que assim lhe fala é uma tarefa ininterrupta para o homem. Deus não se cala, está sempre a sussurrar, de fora e por dentro, junto aos ouvidos e corações humanos. Todavia, a “poluição sonora” de milhões de outras vozes estão a neutralizar, no homem, a voz de Deus; são inúmeros os ídolos impregnando o coração do homem, fazendo-o pulsar num outro ritmo, alheio ao ritmo divino.
 
Assim, é necessário que o homem se empenhe na conquista ou reconquista do silêncio interior, retome o único ritmo que lhe convém: o da profunda sintonia com a “frequência” divina.
           
Vocação: uma permanente opção do homem.
           
Ao homem cabe uma resposta total, absoluta, incondicional, sempre renovada, ao chamado de Deus. Cabe-lhe a adesão que compromete a vida. Cabe-lhe um empenho sério de fidelidade à resposta dada. Mas, sem dúvida, é sob o impulso da graça divina que o homem responde, adere, permanece fiel. Com efeito, Deus opera e o homem coopera.
 
Ser ouvinte assíduo e atento de Deus, estar sempre disponível para prontamente acolher o convite divino, fiar-se sem reservas na graça divina que fortalece, empenhar-se sem medir esforços na tarefa humana de cooperar com a graça, assumir até o fim a própria vocação...eis o nosso desafio!

quarta-feira, 23 de maio de 2012


VOCAÇÃO – Caminho de todos

Vocação sempre indica um chamado. E quem chama sem

Vocação sempre indica um chamado. E quem chama sempre deseja alguma coisa da pessoa a quem chama.
Deus não age de forma diferente. Só que Deus, ao chamar, antes de pedir, ele dá. Deus, chamando o homem, lhe dá a vida, a existência e com a vida, dá-lhe também a liberdade.
Deus não quer assim agir sozinho. Por isso, quando Deus chama, ele espera uma resposta; pois está confiando ao indivíduo uma missão. O chamado de Deus é sempre um desafio:
-Ao sermos chamados à vida, é-nos confiada uma determinada missão
( vocação ). A de sermos felizes com os outros e que assim todos possamos viver bem.
- Ao sermos chamados à fé, pelo batismo, nós nos comprometemos a seguir os ensinamentos de Jesus Cristo e a colaborar com os homens na busca da verdade, do bem, vivendo como irmãos. É a vocação cristã.
- Ao sermos chamados a um determinado estado de vida
( sacerdotal, religiosa, matrimonial ) assumimos um compromisso específico com a comunidade eclesial, de realizar sua missão de ajudar os demais homens a encontrarem a felicidade. A que Deus deseja para todos.
Para que isso aconteça, é indispensável que cada um faça desabrochar a vocação que está em seu interior ( Mt 25,14-30 - Parábola dos talentos) e a faça desenvolver, fortificando-a com a palavra de Deus e com a oração.
As capacidades e dons que temos devem estar voltados para as necessidades dos outros. Quanto mais o homem está voltado para o outro, mais realizado e feliz será. O verdadeiro amor é o que busca a felicidade do outro e não a própria.
Podemos dizer, Vocação é a oferta divina que exige uma resposta e um compromisso com Deus. Nesta definição percebemos três aspectos:
- oferta ( chamado ) de Deus.
- resposta do homem.
- compromisso com Deus e com o irmão.
A resposta do homem deve ser constantemente reassumida. É no dia-a-dia que vai-se fazendo caminho e assumindo os riscos do SIM dado.
Vocação é descoberta do próprio ser pessoal. Todo homem é chamado a aperfeiçoar a bondade que existe, em germe, em seu interior, a descobrir a sua vocação, a construir um mundo fraterno onde haja sol e vida para todos.
Vocação é um convite pessoal, que Deus dirige a cada um. Cada ser humano tem algo de pessoal e uma maneira pessoal de realizá-lo. Ao descobrir sua vocação, o homem está descobrindo-se a si mesmo. Daí a necessidade de permanecer atento a tudo, para perceber a própria vocação.
Seguir uma vocação é buscar incansavelmente uma resposta aos próprios anseios. Todo homem é chamado a decidir-se, a assumir os valores descobertos em si e não poupar esforços para alcançar os objetivos propostos.
COMO SE MANIFESTA UMA VOCAÇÃO?
Os fatos falam para quem os sabe ouvir. Há indivíduos que passam ao longo da vida, não encontram motivações para viver. Isso porque ficam surdos à voz de Deus que fala no recolhimento da oração e também nos acontecimentos da vida. 'Deus fala continuamente, muitas vezes e de muitos modos'(Hb 1,1). É importante saber ler e interpretar tudo aquilo que se passa ao nosso redor, para descobrir o plano de Deus a nosso respeito. Realizar o plano de Deus é realizar a própria felicidade.
O QUE É SEGUIR UMA VOCAÇÃO?
Seguir uma vocação é viver a vida com intensidade. É responder aos apelos de Deus. É renovar, converter-se, ir além, superar-se constantemente.
Seguir uma vocação é dar grandeza ao coração. É vencer todas as resistências. É seguir o apelo divino que chama para uma missão, para um serviço.
Ao dizer SIM, a pessoa não está livre da angústia, da incerteza e da morte. O próprio Cristo disse Sim desde toda a eternidade à vontade do Pai e entretanto na cruz exclamou: 'Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?'
Vocação é ponto de partida. Descobri-la é uma das condições para alcançar o ponto de chegada. O importante é partir. ( Sai da tua terra e vai, onde te mostrarei...).
VOCAÇÃO É UM ESTADO DE VIDA
Todo homem é chamado a ser homem, realizar-se fazendo algo. Deus convoca, faz seus apelos ao homem a cada momento da vida. Vocação, portanto, é o eco de Deus a ressoar dentro da pessoa. Realiza-se a vocação dentro de um determinado estado de vida. Os mais conhecidos são: matrimônio, sacerdócio e vida religiosa.
Descobrir e assumir a vocação num determinado modo de vida é viver: descobrir a felicidade de servir. É no seu estado de vida que a pessoa realiza a missão insubstituível que Deus lhe confiou.
Toda vocação é o resultado comum de duas decisões livres:
- De Deus, escolhendo e chamando amorosamente o homem.
- Do homem respondendo livremente ao apelo divino.
A vocação vai despertando e se desenvolvendo lentamente e silenciosamente. Na entrega diária à vontade de Deus, descobre-se a verdadeira resposta. A decisão sempre deve ser pessoal e livre, sem interferência de ninguém.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Vocação: chamado de Deus

Vocacionados, são chamados antes de tudo à santidade
Vocação significa chamado: Alguém chama e alguém é chamado. Há uma ligação íntima entre aquele que vocaciona e aquele que é vocacionado ou chamado. Quem vocaciona dá a vocação e alimenta a chama do vocacionado.
A vocação, sem a qual nenhuma outra nos enriqueceria, é o chamado a existir, à vida. A vida humana, segundo a Palavra revelada, é dom sagrado, precioso e sublime do amor de Deus. Eis o que afirma a Bíblia: Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança". (Gen 1)
A Bíblia ratifica a Vocação à vida humana como Dom de Deus a cada pessoa e diz categoricamente que "o Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente" (Gen 2,7).
A imagem bíblica deixa clara a procedência da vida humana, matéria trabalhada pelas mãos do criador e pelo sopro vivificante do Espírito de Deus moldando à criatura humana em uma unidade perfeita, distinta e diferente Dele, mas criada à sua imagem e semelhança.
Somos chamados à vida, ou seja, a sua, a minha, as nossas vidas são dons de Deus, nós apenas as recebemos da gratuidade de seu amor. Mas... vida dada, vida recebida, o que fazer com a vida? Só temos uma vida e precisamos usá-la bem.
É necessário canalizá-la, a partir da nossa liberdade, iluminada pela fé e em diálogo com a Igreja, para objetivos que discernimos como "a vontade de Deus para nós" .Vocação é um desígnio pessoal do amor de Deus para cada pessoa. Quando Deus nos chamou à vida, no seu coração de Pai, Ele já guardava desde toda a Eternidade um estado de vida, uma graça para enriquecer a pessoa e enviá-la à missão.
Vocação e missão se encontram estreitamente ligados. Por isso, o que importa é discernir a vontade de Deus e abraçá-la. Se esta for o casamento, vamos assumí-la, se for o sacerdócio ou a vida religiosa ou mesmo consagrados como casados, assumamos a postura de Maria: "Faça-se em mim segundo a vossa Palavra"( Lc 1, 38 ).
Na grande vocação cristã há um chamado de Deus dirigido a todos: "sede santos porque eu sou Santo". No Novo Testamento está escrito "a vontade de Deus é a vossa santificação". Religiosos, padres e leigos vocacionados, são chamados antes de tudo à santidade.
Jesus nos ilumina para discernir a vontade de Deus, propondo o caminho do amor: "A quem me ama eu me manifestarei". A vocação à santidade é para todos, ninguém está excluído. No céu entra quem, aceitando o chamado de Deus, se deixa conduzir pelo Espírito Santo e se assemelha, no coração e na prática da vida, a Jesus, aqui na terra.
Mas, vocação, no caminho da Igreja, é chamado de Deus, graça que enriquece o batizado e o convida para uma consagração e uma missão. O primado do ser sobre o ter é o reconhecimento do sentido da vida como o chamado do amor gratuito de Deus, como dom livre e responsável de si mesmo aos outros em Cristo e na atitude evangélica de serviço de Maria. Não fostes vós que me escolhestes mas eu que vos escolhi" (Jo 15,16).
Vocacionados ao sacerdócio, à vida religiosa sob os mais diversos carismas são sempre pessoas amadas pessoalmente por Deus e candidatos à consagração. Ainda hoje Deus continua chamando. Qual sua resposta a Jesus que te chama?

segunda-feira, 21 de maio de 2012


Vocação, o chamado divino

Somos chamados à santidade numa vocação específica.

Nenhum 'átomo' do mundo surgiu por acaso, ou seja, nada existe no mundo sem um plano divino.
Quando recebemos a chave dos sacramentos, o Batismo, nos é dado uma vocação importantíssima: a santidade. Essa é a vocação de todos os cristãos. Deus deseja que sejamos construtores e aperfeiçoadores de suas obras. Por isso, nos compete também outras vocações.
Muitos pensam que a palavra vocação se relaciona intimamente com a palavra sacerdócio. Isso não é verdade, a vocação engloba também o matrimônio e as vidas religiosas (freiras, leigos consagrados, missionários). Essas vidas religiosas são uma das escolhas de muitos, que preferem viver um total desapego às coisas materiais - voltando-se ao serviço de Deus.
Deus chama também muitos homens a seguir o sacerdócio (sacer = sagrado; dócio = dom), ou seja, viver também em espírito de fraternidade e serviço a Deus (padres religiosos e diocesanos).
Deus suscita também muitos para que sigam a vocação familiar, ou seja, construir uma família cristã, com pensamentos retos e voltados ao Senhor Jesus Cristo. Muitos pensam que é fácil seguir esse sacramento, mas nada disso é verdade.
Os sacramentos são divididos em: sacramentos de iniciação cristã (Batismo, Crisma e Eucaristia), sacramentos de cura (Confissão e Unção dos Enfermos) e sacramentos de serviço (Matrimônio e Ordem).
Da mesma maneira que a Ordem é um sacramento de serviço e doação a Deus, o Matrimônio tem a mesma finalidade. Logo, a vocação é para todos, e para conhecê-la é muito importante antes discerni-la, para saber se é isso mesmo que Deus quer para você. Por isso vamos viver intensamente esse Plano de Deus e procurar a cada dia cumprir a vocação de todos nós: a santidade!

domingo, 20 de maio de 2012

 Vocação acertada é vida feliz!

eis o verdadeiro caminho a seguir...
”Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher ele os criou. E depois os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” “ (Gen 3, 27).
Tudo o que Deus faz é bom e perfeito; criando homem e mulher, os cumulou de graças, dons e virtudes para que não vivessem somente para si, mas se estendessem. Uniu homem e mulher com o intuito de fazê-los “ajuda necessária” um para o outro. É maravilhoso ouvir de muitos sábios que “A família é o santuário de vocações” pois é através dela que temos na Igreja tantos outros estados de vida.
Homens e mulheres que são chamados à vida conjugal precisam ter maturidade para assumir esta escolha, que não consiste apenas em “gerar”. O sacramento do matrimônio se dá na alegria da docilidade, da escuta e na resposta ao chamado de Deus, com o qual fizeram a primeira Aliança. Sendo Pai e Criador de todas as coisas, quis que o Seu amor se estendesse a todos os Seus filhos, para que fecundos, se multiplicassem... Portanto, homem e mulher têm esta missão, através do sacramento: darem continuidade ao Seu projeto de amor.
Cada ser humano possui características próprias e uma forma de ser e transmitir amor aos filhos, em especial, àqueles que ainda estão no ventre da mãe e precisam beber das duas fontes de amor: o amor paternal e o maternal. Esta é uma condição essencial para que desde o momento da concepção, a criança se sinta amada e desejada.
Como mãe, uma mulher é livre para rezar e interceder por seu bebê, apresentando-o ao Senhor para que seja sempre santo. Também este é um fator imprescindível na vida familiar; por isso, o sacramento do matrimônio vai muito além do que diversas famílias julgam compreender.
Na cerimônia de canonização do primeiro casal que o Papa santificou, vemos que a santidade não é algo ilusório. Como ele mesmo disse em outra ocasião:
”O Brasil precisa de santos!”
Precisa de casais que estejam dispostos a dar a vida pelo Evangelho, que sejam ousados na fé, que sejam felizes, que dêem filhos santos para a Igreja e que testemunhem o Cristo vivo e vivido em suas vidas.
Pais e filhos, eis o verdadeiro caminho a seguir! A sua decisão pela santidade mudará muitos conceitos errados que o mundo criou.
Dê o primeiro passo: “Vocação acertada é vida feliz!”

sábado, 19 de maio de 2012

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Vocação: resposta de quem sabe ouvir

A felicidade está em ser coerente com a voz que clama no coração
Jogos Pan-americanos, acidente com o avião da TAM, crise aérea, crimes hediondos a todo instante... O mundo não pára. Diariamente um turbilhão de notícias estampa as primeiras páginas dos jornais e dos sites na internet e roubam a atenção do cidadão brasileiro. Mesmo os menos interessados no cotidiano do país têm o mínimo de informação para comentar os últimos acontecimentos numa roda de discussão qualquer. Afinal, a mídia tem suas estratégias: sabe fazer de um simples acontecimento um espetáculo nacional.
Em meio a tantos estímulos visuais e auditivos, hoje, torna-se um grande desafio silenciar, refletir, parar um pouco o ritmo frenético do dia-a-dia, para ao menos respirar, rezar, buscar as respostas necessárias a fim de poder prosseguir. Quantos jovens sentem o chamado a servir a Deus de uma forma especial, mas acabam deixando-se anestesiar pela correria da vida moderna, sempre barulhenta e agitada.
Felizes são aqueles que, mesmo em meio a uma vida corrida, exigente, souberam ouvir o chamado de Deus, dando-Lhe uma resposta positiva. Saber equilibrar as atribuições do dia-a-dia com a espiritualidade e a vida na Igreja é o grande desafio do jovem cristão. Felizes são aqueles que abrem mão daquilo que passa para abraçar aquilo que não passa. São jovens que trazem consigo a realização plena, a certeza de ter encontrado a essência da existência humana. O jovem que tem os ouvidos atentos Àquele que nunca cessa de chamar e de amar, – a ponto de dar a vida,– é feliz porque sabe que abraçou o eterno.
A felicidade está em ser coerente com a voz que clama no coração, incansável, mesmo que isso represente uma loucura para o mundo. A realização vocacional está em não estacionar, mas dar passos a cada dia rumo ao crescimento pessoal, ao bem do próximo, rumo Àquele que não cansa de esperar...
Dê a sua resposta hoje! Seja feliz!

sexta-feira, 18 de maio de 2012


Como você tem construído seus planos?

Repense o seu modo de ver a vida


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Em nossa vida fazemos planos, estabelemos metas e, com isso, visualizamos situações que “podem vir a ser”, que “podem ocorrer”, e nos colocamos numa posição de expectativa e investimento de energia, trabalho e emoção. As expectativas de vida podem, em algum momento, concretizar-se ou não.
O acúmulo de expectativas e situações não resolvidas, bem como problemas cotidianos, profissionais e pessoais podem nos levar ao famoso estresse, que não vem apenas por aquilo que está externo a nós e visível, como problemas, pessoas, falta de dinheiro, desemprego, etc., mas especialmente ao que chamamos de fatores internos, e um em especial: a maneira como interpretamos a vida e seus acontecimentos, as pessoas com as quais convivemos, as situações pelas quais passamos.

Geramos ou pioramos um estado de estresse pela forma como encaramos a vida. Quer um exemplo bem simples de como isso acontece? Por um descuido, você bate seu carro. Não é nada grave, não houve vítimas. Qual a solução mais prática? Buscar um funileiro, avaliar os danos, fazer o orçamento, as formas de pagamento, se você pode ou não pagar agora e decidir por fazer o conserto. Isso é prático, racional e direto (mesmo sabendo que haverá um gasto e que você não poderá pagá-lo agora).
Porém, um modo que gera grande desgaste é olhar para a mesma situação cobrando-se: “Eu fiz tudo errado! Como pude bater este carro! Eu não me perdoo, sou mesmo um idiota”. Todos esses pensamentos estressantes e autopunitivos trouxeram alguma solução? Certamente não. Percebe agora como nossos pensamentos e crenças pessoais podem influenciar nossa reação diante de um acontecimento?

A forma como interpretamos as situações e o modo como nossos pensamentos se desenrolam desencadeiam, portanto, a produção do famoso estresse. Crença é aquilo que dá significado à nossa vida. Se eu creio em Deus, meus atos tendem a ser pautados por essa crença. Por outro lado, se creio que tudo será péssimo, que não sou capaz, que nada dá certo comigo ou que nunca minhas expectativas darão certo, temos aí um bom caminho para atitudes desfavoráveis e um amontoado de novos pensamentos negativos e um belo caminho para o adoecimento e para um círculo contínuo e vicioso de estresse.

Muitas vezes, quando estamos nesse estado, achamos mil desculpas para justificá-lo: "Estou estressado porque meu carro quebrou". Ou: "Porque meu time perdeu", assim como: "Porque meu namoro acabou", porque ... porque... porque... sempre baseados em fatos externos.
Você já parou para pensar qual é a sua parcela de responsabilidade diante do que não deu certo? Será que não é devido à sua forma de ver o mundo que o estresse acontece e com ele todas as consequências físicas e emocionais em sua vida?

Faço este convite a você: pare e observe como você encara o mundo ao seu redor. Este pode ser um primeiro passo para não ser refém da vida e dar um novo significado à sua história

quinta-feira, 17 de maio de 2012


O rosário: como rezá-lo bem

Uma oração que Nossa Senhora ama


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Você reza o terço? Já viu imagens de Nossa Senhora representando-a tal como apareceu em Lourdes e em Fátima? Maria está com o terço na mão. Ela acompanhou silenciosamente, passando as contas, o terço que a menina Bernardete rezava na gruta de Lourdes. E, em Fátima, também com o terço na mão, a Santíssima Virgem pediu aos Três Pastorinhos que o rezassem todos os dias.
Tomara que algum dia você possa dizer, como o Papa João Paulo II: «O Rosário é a minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade!». Mas, para isso, será preciso que comece a rezá-lo e, se já o reza com frequência, que aprenda a fazê-lo cada dia melhor. Vamos ver como podemos fazer isso.
Primeiro, vencer as dificuldades:
1) Uma primeira dificuldade: “Não sei rezar o terço”, “Não conheço os vinte 'mistérios' (ou seja, os cinco correspondentes a cada um dos quatro 'terços' que compõem o rosário), não os sei de cor”. Solução: comprar logo, ou pedir a alguma pessoa amiga, algum folheto ou livrinho de orações (há muitos!) que traga a explicação dessa oração: como rezá-lo, quais são os mistérios, que mistérios devem ser rezados nos diferentes dias da semana… É fácil. Pessoas simples aprenderam tudo isso em pouco tempo. Se você “quer”- se “quer” mesmo - não lhes ficará atrás.
Um esclarecimento: a pessoa que o reza sem conhecer ou lembrar os “mistérios” faz, mesmo assim, uma oração válida, ainda que, naturalmente, ele fique incompleto (mas é melhor rezá-lo incompleto do que não rezá-lo).
2) Segunda dificuldade: “Não tenho terço” (o instrumento, o terço material, com as contas, a cruzinha, etc.; ou então o terço em forma de anel, que se usa girando no dedo). Compre-o, que é baratíssimo, e, enquanto não o tiver, conte nos dedos. Mas tenha em conta que vale a pena usar o terço material: se o seu terço (de contas ou de anel) foi bento por um padre ou diácono, ao usá-lo para rezar você ganhará indulgências (Por sinal, você sabia que pode ganhar nada menos que a indulgência plenária - com as devidas condições -, quando o reza em família, ou comunitariamente, num grupo?).
3) Terceira dificuldade: “Não tenho tempo de rezar o terço”. Essa desculpa “não gruda”. O terço pode ser rezado, se for preciso, andando pela rua, fazendo exercício físico de corrida, indo de ônibus, metrô ou trem, guiando carro (melhor do que se irritar com o trânsito), na sala de espera do médico ou do laboratório, em casa, entre outros. E você pode rezá-lo sentado, andando, de joelhos e até deitado (se estiver doente ou em repouso forçado, etc.).
Por sinal, não sei se você sabe que, nas livrarias católicas, são vendidos CDs com o rosário e que também há arquivos em áudio para player portátil. Basta ligar o áudio e ir respondendo ou acompanhando o que ouve.
4) Finalmente, a dificuldade mais comum é a aparente monotonia. “Dizemos sempre a mesma coisa”. “A repetição de tantas Ave-Marias acaba ficando mecânica, cansativa, sem sentido”. “De que adianta fazer uma oração tão repetitiva, que fica rotineira, parece oração de papagaio…”?
Deus faça que, após tê-las lido e, sobretudo, depois de tentar aplicá-las, você dê a razão às palavras de São Josemaria: «Há monotonia porque falta Amor».

Coordenação do Sav regional visita os seminários de filosofia e teologia



A coordenação do Sav regional esteve presente ontem dia 16/05 nos seminários de filosofia e teologia que recebem seminaristas de todo o nosso regional. O objetivo da visita foi marcar presença na vida dos seminários bem como apresentar aos seminaristas nossos trabalhos a nível regional acerca do trabalho vocacional. O destaque também foi à exposição do guia do serviço de animação vocacional paroquial. Contamos ainda com a presença dos propedêutas do seminário de Dourados que participaram juntamente com a turma da filosofia desse significativo encontro. Dom Eduardo esteve presente ao longo do dia. E para o encerramento da visita Dom Vitório presidiu a Santa Missa no seminário de teologia. Nossa gratidão se estende aos respectivos reitores que nos acolheram contribuindo, assim, para que todo esse importante encontro acontecesse.
 Seminarista Bruno CapistranoCoordenador do Sav diocesano e membro do Sav regional

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Ó Pai, fazei com que surjam, entre os cristãos, numerosas e santas vocações ao sacerdócio, que mantenham viva a fé e conservem a grata memória do vosso Filho Jesus pela pregação da sua Palavra e pela administração dos sacramentos com os quais renovais continuamente os vossos fiéis. Dai-nos santos ministros do vosso altar, que sejam atentos e fervorosos guardiões da Eucaristia, o sacramento do supremo dom de Cristo para a redenção do mundo. Chamai ministros da vossa misericórdia, os quais, através do sacramento da Reconciliação, difundem a alegria do vosso perdão. Fazei, ó Pai, que a Igreja acolha com alegria as numerosas inspirações do Espírito do vosso Filho e, dócil aos seus ensinamentos, cuide das vocações ao ministério sacerdotal e à vida consagrada. Ajudai os Bispos, os sacerdotes, os diáconos, as pessoas consagradas e todos os batizados em Cristo para que cumpram fielmente a sua missão no serviço do Evangelho. Nós vos pedimos por Cristo, nosso Senhor. Amém. Maria, Rainha das vocações, rogai por nós.

terça-feira, 15 de maio de 2012

segunda-feira, 14 de maio de 2012

domingo, 13 de maio de 2012

Oração Vocacional... Assista

Feliz dia das Mães

No Dia das Mães, falar de mãe leva-nos a pensar no amor fraterno, divino, maternal e solidário. Falar de um amor que só pode existir em função do outro. Foi o que aconteceu com Jesus Cristo, tendo um amor não só pelos judeus, mas também pelos pagãos. O amor não pode ser abstrato, mas uma experiência concreta de vida.

Numa visão propriamente de fé, a mãe é aquela que personaliza, em si, a figura criadora, a educadora e a amorosa de Deus. Ela consome sua vida para dar vida feliz aos filhos. A verdadeira mãe não minimiza seus esforços para educar bem, acompanhando os filhos, encaminhando-os para uma vida digna e saudável.

A centralidade da vida e da convivência de uma família, de uma comunidade ou de um grupo de pessoas, deve ser o amor. Foi este o grande anúncio de Jesus Cristo, mostrando aos seus apóstolos e às primeiras comunidades cristãs o que deve ser a sua identidade. Convive bem quem ama de verdade e reconhece o valor do outro.

A expressão “meu amor” não pode se transformar em “meu pesadelo”, porque amar é um bem precioso e não pode ser banalizado. Ele possibilita uma relação justa entre as pessoas e leva a uma atitude de libertação, porque ninguém deve ser escravo de ninguém. Não fomos criados para uma submissão arbitrária.

Mãe é sinal de amor. Deus é Pai e Mãe de todos nós. Sem amor, sem Deus e sem mãe, ninguém de nós existiria. Somos frutos de uma experiência de amor, de uma doação certamente sem limites, inclusive com enfrentamento de sacrifícios e sofrimentos. É uma experiência que dignifica e dá sentido de viver às pessoas.

A vida de comunidade, com desafios e diversidades, deve ser a convergência de expressões e práticas concretas de amor. Ela não é diferente de uma vida familiar, onde todos dever perseguir o bem de seus membros. Aqui podemos até fazer uma correlação existente entre o amor de Deus, o da comunidade e o de mãe.

sábado, 12 de maio de 2012

49º Dia Mundial de oração pelas Vocações

Irmãos e irmãs!
A fonte de todo o dom é Deus, e Deus é Amor – Deus caritas est. A Sagrada Escritura narra a história do amor de Deus para com a humanidade, que antecede a própria criação. São Paulo, ao escrever aos cristãos de Éfeso, eleva um hino de gratidão e louvor a Deus Pai pela benevolência com que predispõe, ao longo dos séculos, o cumprimento do seu desígnio universal de salvação, que é um desígnio de amor. No Filho Jesus, Ele «escolheu-nos antes da criação do mundo, para sermos santos em caridade na sua presença» (Ef 1, 4). Fomos amados por Deus, ainda «antes» de começarmos a existir! «Criou-nos do nada» (cf. 2Mac 7, 28) para nos conduzir à plena comunhão com Ele.
Vendo as obras de Deus, o salmista exclama: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a Lua e as estrelas que Vós criastes, que é o homem para Vos lembrardes dele, para com ele Vos preocupardes?» (Sal 8, 4-5). Assim, a verdade da nossa existência está contida neste mistério admirável: cada criatura, e cada pessoa humana, é fruto de um pensamento e de um ato do amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno (cf. Jr 31, 3). É a descoberta deste fato que muda profundamente a nossa vida. Trata-se de um amor que nos precede, sustenta e chama ao longo do caminho da vida e que tem a sua raiz na gratuidade de Deus.
Cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o «primeiro passo», e o faz em virtude da presença do seu amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo» (Rm 5, 5). Na origem do chamamento divino está a iniciativa do amor infinito de Deus, que se manifesta em Jesus Cristo. Existe uma múltipla visibilidade de Deus. Na história de amor que a Bíblia narra, Ele vem ao nosso encontro, procura conquistar-nos. Também na história da Igreja, o Senhor não está ausente: incessantemente vem ao nosso encontro, através de pessoas nas quais Ele Se revela; através da sua Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia (Deus Caritas est n.º 17).

O amor de Deus permanece para sempre. Por isso é preciso anunciar de novo, especialmente às novas gerações, a beleza deste amor divino, que precede e acompanha: este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis. Irmãos e irmãs, é a este amor que devemos abrir a nossa vida; cada dia. Na realidade, a vida cristã consiste em amar «como» Deus; trata-se de um amor que, no dom total de si, se manifesta fiel e fecundo.

Na abertura ao amor de Deus e como fruto deste amor, nascem e crescem todas as vocações. É bebendo na fonte da Palavra e dos Sacramentos que é possível viver o amor ao próximo, em cujo rosto se vislumbra o de Cristo (cf. Mt 25, 31-46). Para exprimir a ligação entre o amor a Deus e o amor ao próximo, o Papa São Gregório Magno usa o exemplo da plantinha: «No terreno do nosso coração, Deus plantou primeiro a raiz do amor a Ele e depois, como ramagem, desenvolveu-se o amor fraterno» (Moralia in Job, VII, 24, 28: PL 75, 780D). De fato, o amor a Deus é a causa da resposta vocacional. O amor ao próximo, sobretudo às pessoas mais necessitadas, é o impulso que torna a pessoa geradora de comunhão entre as pessoas e semeadora de esperança.
Vós que estais empenhados no campo da educação das novas gerações, exorto-vos, a uma escuta atenta de quantos, no âmbito das comunidades paroquiais, associações e movimentos, sentem manifestar-se os sinais duma vocação de especial consagração. É importante que se criem, na Igreja, as condições favoráveis para poderem desabrochar muitos «SIMs», respostas generosas ao chamamento de Deus.  É tarefa da pastoral vocacional oferecer os pontos de orientação para um itinerário vocacional. É preciso amor à Palavra de Deus, cultivar familiaridade com a Sagrada Escritura, oração pessoal e comunitária constante, para ser capaz de escutar o chamamento divino no meio de tantas vozes que inundam a vida diária.

Desejo que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação. Tal dinâmica pode encontrar expressiva realização nas famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo, que Se entregou a Si mesmo pela sua Igreja (cf. Ef 5, 25). Nas famílias, «comunidades de vida e de amor» (Gaudium et spes, 48), as novas gerações podem fazer a experiência maravilhosa de amor e de doação. As famílias são o lugar privilegiado da formação humana e cristã, e do despertar vocacional.

Com estes votos, concedo a Bênção Apostólica a todos que se põem à escuta da voz de Deus, prontos a acolhê-la com uma adesão generosa e fiel.
PAPA BENTO XVI

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Tradicionalmente, celebramos o mês de agosto como mês vocacional. A cada domingo, dedicamos nossas orações e nossa atenção a uma das vocações: a vocação ao Ministério Sacerdotal, a vocação Laical, a Vocação à Vida Religiosa. Somos chamados a refletirmos sobre esta questão vital para a nossa Igreja: o chamado e a resposta.
Inicialmente, há um Deus que chama, que convoca e propõe algo de concreto: dar um sentido à própria existência, uma direção fundamental e única, idêntica para todas as vocações: a santidade como meta última. Deus nos convoca a sairmos do círculo egoísta de projetar a própria vida tendo como ponto de referência a si mesmo. Fomos criados, e a partir daí, chamados (vocacionados) a orientarmos nossa existência como uma flecha busca seu alvo. Nosso alvo é Deus. Ele e a comunhão plena com Ele é nosso único objetivo final capaz de realizar nossa vida nesta terra.
Quem atinge este alvo, quem se deixa atrair poderosamente por esta Meta, por este Alguém, que como poderoso imã nos puxa para si, será feliz, realizará sua vida, dando a ela um sentido plenificante. Quem errar esta meta, estará destinado à frustração, ao desencanto de não chegar onde deveria chegar.
Além disso, o chamado de Deus inclui a concretização no fazer da própria vida um dom, um serviço. Chega-se à Meta definitiva através de um caminho concreto: ou oferecendo a própria existência para ser para os demais a imagem e a presença do Cristo Bom Pastor, através da vocação sacerdotal; ou vivendo a vocação laical, no meio das realidades humanas, quer constituindo através do Sacramento do Matrimônio, uma família fundada no amor humano, elevado por Cristo à dignidade e condição de Sacramento de Salvação, quer vivendo esta vocação laical sem assumir o Sacramento do Matrimônio, dedicando-se a alguma forma de serviço dos demais; ou então assumindo de forma absoluta, a vocação à vida religiosa, sendo sinal da presença de Cristo no meio da Igreja e do mundo, e vivendo a radicalidade dos Conselhos do Evangelho: a obediência , a castidade e a pobreza.
Tantos caminhos, tantas possibilidades… Deus, na riqueza de seu amor por nós, nos chama à felicidade plena e nos oferece os meios para que possamos atingi-la.
Aproveitemos bem este mês vocacional.
Rezemos e reflitamos bastante sobre o que Deus quer de nós e qual tem sido a qualidade de nossas resposta.
E de uma maneira especial, peçamos ao Senhor da messe e Pastor do rebanho que continue a inspirar muitos jovens a serem sensíveis ao Chamado e generosos na Resposta.
Vale a pena oferecer a própria vida por Cristo, a serviço de Seu Reino de Amor e de Paz.